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Grupo de trabalho viaja amanhã ao Pará para iniciar buscas por desaparecidos do Araguaia

Gilberto Costa/ABr

No dia 10 de agosto o Exército pretende iniciar o trabalho de escavações na busca de restos mortais de pessoas mortas na Guerrilha do Araguaia, no começo dos anos 1970. As escavações ocorrerão até outubro em Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, municípios do Pará; e em Xambioá, no estado de Tocantins.

Quatorze pontos serão escavados. Antes das buscas, o Exército fará a demarcação topográfica dos terrenos. O grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa para localizar, recolher e identificar os corpos viaja amanhã (8) para Marabá.

A ausência de parentes dos desaparecidos e membros da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos no grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa tem gerado críticas. Criméia Alice Schmidt de Almeida, presidente da Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, chegou a questionar a legalidade do grupo de trabalho.

Segundo Paulo Vannuchi, secretário de Direitos Humanos da Presidência da República, a operação que tem início amanhã “não representa nenhum passo novo”. O ministro informou que a Presidência discute um acordo interministerial para que os parentes dos desaparecidos e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos supervisionem as atividades do grupo de trabalho.

O presidente da comissão especial, Marco Antônio Rodrigues Barbosa, está “otimista” quanto à “efetiva supervisão e participação na empreitada”, e afirmou que o trabalho “não poderia acontecer” sem a participação da comissão e de parentes dos desparecidos. Ele acredita que o Exército tem o interesse em esclarecer o episódio da Guerrilha do Araguaia. “Não se pode cogitar que o Exército hoje seja o mesmo que participou daquela violência”, disse.

Para Aldo da Silva Arantes, ex-deputado federal pelo PC do B (GO) e observador independente do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa, “é importante que a Secretaria de Direitos Humanos tenha participação nas apurações”.

Ele acrescentou que o sucesso das investigações no Araguaia dependerá de informações das pessoas que participaram da repressão à guerrilha. “Uma questão chave é ter as informações claras de onde ocorreram os enterros. Quem tem essas informações são as forças de repressão e aqueles que participaram diretamente”, disse citando o coronel reformado Sebastião Curió.

O deputado federal José Genuíno (PT-SP), ex-guerrilheiro no Araguaia, não quis comentar a participação de parentes dos desaparecidos e da área de direitos humanos do governo nas operações. Ele disse apenas que é a primeira vez que uma apuração efetiva ocorre graças à ação judicial. Genuíno destacou o reconhecimento da ossada de Bergson Gurjão Farias de quem era amigo, colega do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Ceará e de militância no PC do B.

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