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O reassentamento Novo Engenho Velho, na margem esquerda do Rio Madeira, em Porto Velho, é uma das 12 comunidades situadas na área onde será construída a Usina Santo Antônio
Foto: Marcello Casal Jr./ABr

Assentamento da Usina Santo Antônio agrada a ribeirinhos, mas falta de título de posse preocupa

Mariana Jungmann/ABr
Enviada Especial

Casas coloridas, com energia elétrica e gramado formam a agrovila Novo Engenho Velho, onde passaram a viver os ribeirinhos que antes moravam na região onde está sendo construída a Usina Hidrelétrica Santo Antônio. O assentamento, para onde foram levadas as famílias que antes viviam da pesca e do cultivo dos seus próprios alimentos, foi custeado pela concessionária Santo Antônio Energia, que vai gerir a usina nos próximos 30 anos depois que ela ficar pronta.

Agora, a principal preocupação dos assentados é com a titulação da terra. Sebastião Gomes de Freitas, um dos moradores do local, diz que ao serem transferidos a promessa era de que receberiam a documentação sobre o terreno – de 2 mil metros quadrados, mais área para plantio comunitário – junto com as chaves das casas. Mas, segundo ele, já se passaram seis meses e até agora nada. “Aquela ministra Dilma Roussef veio aqui e disse que era para dar os documentos para esse povo. Eu to vendo é que daqui a pouco eles vão embora e a gente fica sem ser dono das nossas casas”, diz preocupado o ribeirinho.

Junto com ele, no quintal de sua casa, o aposentado Aldenor Lopes da Silva, também demonstra preocupação com a terra destinada para plantio. O solo é pedregoso segundo ele, e as mandiocas não se desenvolvem bem. “A roça que a gente plantou já tá grandinha, mas as mandiocas ficam fininhas”, diz.

Apesar das queixas, os dois concordam que a mudança para o novo assentamento trouxe melhoras. “Eu to satisfeito com a minha casa, porque antes eu dividia o terreno com meus nove irmãos, porque era espólio do meu pai. Agora cada um tem o seu separadinho”, afirma Sebastião. “O que deixa a gente encucado é a falta dos papéis. Peguei meu documento, acabou o tempo ruim pra mim.”

Aldenor também acrescenta que as crianças ainda precisam atravessar o rio de voadeira – pequenos barcos movidos a motor – para ir à escola, mas o centro de ensino está sendo construído na vila, bem como uma igreja evangélica e uma católica. “Os pescadores estão até querendo mudar a procissão de São Pedro para o lado de cá do rio”, afirma, se referindo à margem esquerda do Madeira, onde fica a vila.

A assessoria do consórcio Santo Antônio Energia informou que os documentos ainda não foram entregues por questões burocráticas, mas os ribeirinhos não têm com que se preocupar, já que existem questões contratuais que condicionam a liberação da licença para a usina funcionar à titulação de propreidade das casas.

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