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Cerca de 74% da Amazônia Legal são formados por morros e colinas,
aponta mapa do IBGE

Thais Leitão/ABr

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou sexta-feira (10) o primeiro banco de dados digital sobre o relevo da Amazônia Legal, região com cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, Pará, de Rondônia, Roraima, do Tocantins, parte do Maranhão e cinco municípios de Goiás.

De acordo com o gerente da coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Trento Natali Filho, o objetivo do levantamento é oferecer material para novos estudos voltados ao ordenamento territorial e servir de ferramenta para o planejamento de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da região.

Ele destacou que com o banco de dados é possível verificar, por exemplo, que a planície amazônica cobre apenas 7% do total da região, enquanto quase 74% do território são formados por relevo visivelmente irregular, como colinas, morros, cristas e tabuleiro (superfície com 20 a 50 metros de altitude, com topo plano, localizada próxima à área costeira).

“Percebemos, com esse levantamento, que a Região Amazônica tem uma variedade de relevo muito maior do que pensávamos há alguns anos. Acreditávamos que isso só ocorria na Região Sudeste”, afirmou.

Ele destacou ainda que o estudo aponta que cerca de 13% da Amazônia Legal são formados por relevos planos, o que indica uma extensão de terra com maiores possibilidades de ocupação, como o desenvolvimento de agricultura.

Segundo Natali Filho, no entanto, os dados isolados não são suficientes para definir as atividades que podem ser desenvolvidas no local. Eles precisam estar associados a outras informações sobre o território, como a qualidade do solo e a altitude, entre outros.

“A conclusão a que se chega com um dado como esse é que o relevo recomenda que se trata de uma área agricultável e que se pode utilizar uma mecanização porque é fácil, mas o relevo é só um fator. Uma determinada área considerada agricultável, em função do relevo, por exemplo, pode estar localizada no topo do planalto de Roraima. Teoricamente ela é cultivável, mas alguém vai cultivar lá no alto? Ou então, ela pode ser uma área extrativista ou uma reserva indígena. Cabe ao governo, de posse desses dados, que são apenas parte das variáveis, definir as políticas públicas de ocupação da região”, ressaltou.

Ainda de acordo com o levantamento, quase 14% da região representam planícies sujeitas a inundações temporárias. O gerente do IBGE acredita que essa constatação pode ser usada não só para desenvolvimento de políticas de ocupação, mas também econômicas, como para empresas que pretendam se instalar no local.

“Esse é um fator restritivo para efeitos de planejamento, porque já se sabe que em um determinado momento a área vai ser alagada. Pode ser daqui a um ano ou a dez, mas isso vai acontecer, então pode haver atividades ali, mas apenas temporárias”, explicou.

O banco de dados do IBGE está disponível no site do instituto (www.ibge.gov.br), na seção download, na área de geociências.

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