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Em meio à tensão, professores e estudantes da UFPA debatem impactos ambientais de Belo Monte

Em meio à tensão envolvendo grupos favoráveis e contrários à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, professores e estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) debatem amanhã, 17, os impactos ambientais do empreendimento, durante um vídeo-debate que vai acontecer a partir das 16 horas, no Centro de Convenções da UFPA. O evento é uma promoção do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e acontece no período em que o governo Lula agiliza o processo de licenciamento da obra, para acelerar o leilão de concessão do projeto, previsto para acontecer até 21 de dezembro.

O debate será aberto a toda a população e contará com a presença de Marquinho Mota, representante do Comitê Xingu Vivo para Sempre, do advogado Marco Apolo Leão, presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), e da professora doutora Nirvia Ravena, representando o Painel de Especialistas da UFPA, que é um grupo de pesquisadores que tem desenvolvido estudos paralelos sobre a construção da Usina de Belo Monte. Antes da discussão, os participantes poderão assistir um documentário sobre a construção de barragens na Amazônia e poderão prestigiar uma exposição fotográfica sobre a temática.

Segundo Anderson Castro, coordenador-geral do DCE, o evento pretende chamar a atenção da comunidade universitária e da sociedade civil para os impactos ambientais que serão causados com a construção da hidrelétrica. “A população precisa tomar nota sobre os reais interesses por trás da construção da usina, pois as barragens vão atingir diretamente a saúde, a vida, a moradia e o sustento de comunidades ribeirinhas e indígenas, além de destruir a biodiversidade da floresta”, afirma Anderson.

A partir do vídeo-debate, o DCE pretende somar esforços com diversas entidades dos movimentos sociais, para convocar um ato público pelas ruas de Belém contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. A expectativa é realizar o protesto antes da primeira semana de dezembro, quando os manifestantes deverão caminhar da UFPA em direção à Eletronorte, na Avenida Perimetral.

A ideia da entidade é intensificar o processo de mobilização, pois o governo federal tem acelerado o processo de licenciamento da obra, ignorando as falhas técnicas do projeto apontadas pelo Painel de Especialistas da UFPA. A pressa do governo é para impedir que os movimentos sociais tentem barrar o projeto por meio de protesto ou ações na Justiça.

No último dia 10 de novembro, o juiz federal Edson Grillo, de Altamira, chegou a conceder uma liminar a pedido do Ministério Público Federal (MPF), suspendendo o processo de licenciamento da Hidrelétrica de Belo Monte, mas um dia depois o Ibama conseguiu cassar a liminar no Tribunal Regional Federal, da 1ª região, em Brasília. Com a concessão da licença prévia pelo Ibama, o governo pretende realizar o leilão de concessão do projeto até o dia 21 de dezembro.

As entidades, porém, apontam diversas irregularidades no projeto, pois o Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento sequer aponta a quantidade de famílias que serão atingidas pela Hidrelétrica. “Este projeto é maléfico para a região, pois não temos necessidade de energia. A construção da Hidrelétrica vem beneficiar apenas as multinacionais e as gigantes do ramo da construção civil, como a Odebrecht e a Camargo Correa. Enquanto isso, a navegação de parte do Xingu será interrompida e a vida dos trabalhadores da região e a biodiversidade da floresta serão destruídas”, explica Anderson Castro.

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