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Abaetetuba-PA se rende à cultura do miriti e encanta visitantes

Fotos: Edvaldo Pereira / Amazônia em Foco

Abaetetuba, município do nordeste paraense, realizou no último fim de semana a sétima edição do Miritifest. O festival, que tem como carro-chefe a exposição e venda de brinquedos produzidos a partir da fibra do miritizeiro, por artesões locais, tem como proposta fortalecer a relação do artesão com o mercado consumidor e gerar renda e lucro, atraindo visitantes para o município.

Durante o evento, concentrado na Praça da Bandeira, no centro da cidade, moradores e turistas tiveram a oportunidade de conhecer a importância da árvore do miriti (Mauritia flexuosa L.) para a economia, a cultura e as tradições locais, através dos brinquedos, bijuterias, objetos de decoração diversos e da culinária baseada no miriti. Foi possível, também, entender a cadeia produtiva do artesanato abaetetubense, que busca o reconhecimento de seu trabalho através do estabelecimento do selo de identificação geográfica, como forma de fortalecimento de suas atividades.

Aos 74 anos dona Nina Meire Abreu da Silva se diz satisfeita com os rumos que o miriti está tomando. Ela conquistou um status especial na comunidade. Além de ser uma das mais talentosas artesãs do município, também é uma referência histórica entre os mais de cem profissionais da associação de artesões. Além de objetos decorativos marcantes no artesanato de miriti, como o barquinho, a cobra e os pássaros, dona Nina incluiu na sua produção o macaco que bebe água de coco e personagens exclusivos como a mulher que soca a polpa do miriti em um pilão para fazer o vinho, e o ribeirinho que transporta em seu barco colorido a cana, o mel, a cachaça, o açaí e o miriti. Na verdade, este é o seu personagem favorito. “Registrei o ribeirinho em cartório para ninguém copiar. Ele carrega coisas no barco que são nossas, da nossa região”, revela dona Nina.

Em mais de 70 ilhas no município, ribeirinhos aproveitam a safra do miriti para a coleta diária do fruto, que é armazenado em paneiros, cozido e beneficiado ali mesmo, à beira do rio, como pude observar no canal do Sirituba. Por ali, o desenvolvimento das palmeiras é acompanhado com carinho, já que desde a floração até o período de colheita dos frutos são pelo menos dois anos de espera. E como vimos no festival, do miriti nada se perde. Se da fibra da palma são construídos dos diversos brinquedos, do fruto é possível saborear o suco, os doces, o mingau, o pudim, a lasanha, a pizza e outras mil e uma delícias.

Símbolo do Círio de Nazaré, maior manifestação católica da Amazônia, o miriti é patrimônio cultural paraense, oficializado por lei estadual, e já atravessa o oceano para divulgar, com sua beleza, leveza e colorido, a criatividade do artesão amazônida, no trabalho com a matéria prima regional e sua consciência com a sustentabilidade ambiental de sua prática.

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