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Alunos indígenas são contemplados com bolsas

Mais uma turma de estudantes indígenas dos cursos de graduação integral e intervalar da Universidade Federal do Pará (UFPa) deve ser contemplada com auxílio-financeiro, dentro do Programa de Bolsa Permanência, da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da UFPa. Dos 27 inscritos no Programa, 14 deles já o recebem. Os outros 11 alunos devem ser contemplados ainda neste semestre. Entre os que pleiteiam uma bolsa, está o estudante Arciro Waytia Wai Wai, do curso de Medicina, o qual foi aprovado este ano no Processo Seletivo Específico para candidatos indígenas.

De acordo com a Diretoria de Assistência e Integração Estudantil (DAIE/Proex), a bolsa pode chegar a R$ 510,00, dependendo da necessidade do aluno, como auxílio-moradia, didático-pedagógico, transporte ou alimentação. Para cada uma dessas necessidades, há um valor específico. Para Arciro Waytia, da etnia Wai-Wai, o programa de bolsa é mais um incentivo aos estudantes indígenas que desejam ingressar numa universidade.

Oriundo da aldeia Mapuera, localizada ao norte do município de Oriximiná (PA), Arciro Waytia foi um dos 63 alunos indígenas, no Pará, que ingressaram na Universidade, em 2010. Assim como ele, o aluno Japrykatire Jokahyti Kokaproti também conquistou uma vaga. Os dois são os primeiros indígenas a cursarem Medicina na UFPA.

Mesmo diante das dificuldades, Arciro Waytia não desistiu de seus objetivos. “Meus colegas da escola diziam que era difícil e só quem passava no vestibular era filho de rico, que tem pai pra pagar bons cursinhos. Mas isso não me desestimulou”, afirmou.

O estudante conta que iniciou os estudos aos nove anos de idade, quando saiu da aldeia e passou a estudar em Oriximiná, município da região oeste do Estado, onde havia escola pública. Antes disso, só falava a língua materna e diz que o primeiro desafio de sua vida estudantil foi ter que aprender a língua portuguesa.

Hoje, aos 21 anos, ele comemora a conquista de estar cursando Medicina na Universidade. “Sempre me interessei pela área da saúde e quando soube que havia a chance de ingressar na UFPa com o Processo Seletivo Específico para Indígenas, então, foi aí que eu me dediquei ainda mais aos estudos”, conta.

Observando a carência de médicos para atender a aldeia onde vive seu povo, Arciro diz que, após concluir o curso, pretende voltar para sua aldeia e dedicar-se à área da saúde indígena. “O difícil acesso e a diferença de culturas são fatores que influenciam na decisão dos profissionais. Mesmo oferecendo bons salários, os médicos não querem atuar em área indígena. Então, eu pretendo suprir essa carência”, afirma.

O estudante indígena conta que tem três irmãs e que uma delas já está se preparando para o próximo processo seletivo. “Como eu, ela também saiu da aldeia e foi morar no município de Oriximiná para poder estudar. Então, acredito que fui um incentivo para ela e outros indígenas na região”, conclui.

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