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Museu do Marajó precisa de incentivos

Importante polo cultural da ilha é impedido de ampliar suas atividades por falta de verbas. “O museu é o nosso vetor sociocultural, mas só é visitado por políticos em época de eleição”, diz o diretor.

Durante mais de três décadas, o Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari, se tornou um importante centro de ações socioculturais na região, com a promoção de oficinas de cidadania, arte e música para crianças e adolescentes, com a manutenção de uma biblioteca pública e projetos de incentivo à leitura. A única reserva técnica da Ilha do Marajó, com peças e cerâmicas marajoaras descobertas em sítios arqueológicos da região, ficam no Museu. Com o apoio da Petrobras, a pesquisadora da Universidade Federal do Pará, Denise Pahl Schaan, catalogou todas as peças. Mas, apesar de desenvolver atividades importantes para a comunidade, o museu tem passado por dificuldades para se manter.

Segundo o diretor da entidade, Nazareno Silva, os projetos desenvolvidos pelo museu têm sido prejudicados por falta de verbas. “A gente recebe R$ 3 mil do Governo do Estado por mês para realizar todas as atividades desde oficinas de música até a manutenção do prédio e da biblioteca. E geralmente não dá. O museu é o nosso vetor sociocultural e precisa ser custeado o ano inteiro, mas só é visitado por políticos em época de eleição. Ainda bem que temos uma ONG holandesa que nos ajuda”, diz o diretor. Nazareno refere-se à ONG Terres des Hommes, que apoia atualmente as ações e projetos culturais do museu, como o “Música no Museu – Um Caminho para as crianças do Marajó”. “A gente enfrenta muitas dificuldades. Queremos chegar às comunidades rurais de Cachoeira do Arari, levar a biblioteca até as pessoas que moram mais distante, mas para isso precisamos de incentivo. Andar com as próprias pernas e não depender do poder público é meio complicado ainda”, diz.

O museu possui oito funcionários, entre diretores, assistentes e serviços gerais. As despesas mensais com a manutenção do prédio passam dos R$ 2 mil. Ano passado, o museu tornou-se um Ponto de Cultura para “Música e Artesanato Marajoara”, mas somente as atividades de música têm funcionado. “Precisamos dar continuidade ao projeto da cerâmica, que está parado, voltar a fazer os vasos e as tangas marajoaras, que com a venda dessas peças é mais um incentivo pra gente”, diz Nazareno. Além da cerâmica, as aulas de informática também estão paradas, pois não há computadores suficientes. “Mesmo com dificuldades, a gente trabalha, o museu não para. A prefeitura também é que mais tem ajudado a gente”, diz.

Em decorrência das dificuldades, o Museu do Marajó teve que promover ontem o “Domingão no Museu”, com atividades voltadas à arrecadação de renda para a instituição. “Resolvemos reunir nossos amigos e fazer uma atividade no museu para arrecadar fundos para as nossas atividades. Ninguém cobrou cachê. Teve venda de comidas e bebidas, camisas, bingos, e o que for arrecadado vamos usar na manutenção da Escola de Música e para dar continuidade às oficinas”, diz Nazareno.

Atualmente, os alunos matriculados na Escola de Música Padre Giovanni Gallo participam da Banda João Vianna e recebem uma bolsa mensal de R$ 200 se moram na cidade ou R$ 465. Segundo Nazareno, a bolsa é um incentivo para que os jovens maiores de idade permaneçam na cidade e vinculados à musica.

Como atividade voltada às crianças, o museu promove hoje o ciclo do Cordão do Gallo, que começa com a exibição de vídeos sobre meio ambiente durante toda a semana, e termina na sexta-feira (7), com o cortejo do cordão. “A atividade pretende mostrar para a criançada que a gente pode fazer uma festa, tal qual a folia de São Sebastião, mas sem poluir a cidade, sem álcool. É um formato de folia que o Padre Gallo deixou e que contempla a parte cultural e ambiental e mostra pras crianças outros valores”, diz Nazareno.

SERVIÇO:
Quem quiser doar livros para a biblioteca do Museu do Marajó, pode enviá-los para Avenida do Museu, 1983. CEP: 68849-000. Cachoeira do Arari – Ilha do Marajó.

(Matéria originalmente publicada no Caderno Você - Jornal Diário do Pará)

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