Em 11 de setembro, comemora-se o Dia do Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da Amazônia. Ao todo, o Cerrado ocupa uma área de cerca de 212 milhões de hectares, equivalente a um quarto do território nacional
O desmatamento no cerrado é responsável atualmente pelo mesmo volume de CO2 emitido na Amazônia
Dados divulgados ontem pelo Ministério do Meio Ambiente mostram que, com a devastação do cerrado, a emissão média anual foi de 350 milhões de toneladas do gás, um dos principais causadores do efeito estufa. Entre 2002 e 2008, a taxa média de desmatamento anual no bioma foi de 21.260 quilômetros quadrados - uma área duas vezes maior do que os 10 mil quilômetros quadrados estimados de devastação na Amazônia para 2009. O dado da floresta amazônica não foi fechado e pode ser maior. Até o ano passado, o cerrado perdeu 48,2% de sua cobertura original - quase metade dos 2 milhões de quilômetros quadrados do bioma. Em 2002, o total devastado era de 41,9% da área original - um aumento de 6,3% no período
Para fazer o cálculo das emissões, leva-se em conta o desmatamento e a biomassa existente. Por isso, a Amazônia aparece com uma área desmatada menor, mas apresentando o mesmo nível de emissão do cerrado. "A Amazônia tem maior volume de madeira e outros componentes de vegetação do que o cerrado", explica Bráulio Dias, diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do ministério. "Houve todo um esforço para reduzir o desmatamento na Amazônia e o mesmo não ocorreu no cerrado. É o momento de reconhecer que o cerrado hoje é tão importante quanto a Amazônia para o combate às mudanças climáticas no País", afirma Dias.
O novo dado deve alterar as estratégias do País nas questões de clima - sempre se fala que a destruição da floresta tropical é a principal fonte de emissões do Brasil, quadro que muda com os dados apresentados ontem. "Na revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas serão incluídas metas de redução de desmate também para o cerrado", completa o diretor.

O estudo sobre o ritmo de desmatamento no cerrado é fruto de uma análise dos satélites CBERS e Landsat. O novo plano prevê um acompanhamento anual das atividades de desmatamento, a exemplo do que é feito na Amazônia. O novo sistema deverá ser desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com Dias, o novo método deverá demorar um pouco para entrar em funcionamento. "É preciso fazer adaptações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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